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Cachaça paraibana ganha vitrine em feira nacional

O seminário e feira Brasil Cachaças será realizado em outubro no Espaço Cultural, reunindo produtores de vários estados e compradores até do exterior




O mercado produtivo da cachaça paraibana vai ganhar mais uma vitrine para se exibir em outubro, com a realização do II Seminário e Feira de Cachaças do Brasil – o Brasil Cachaças. O evento terá lugar no Espaço Cultural, em João Pessoa, do dia 20 a 22 de outubro. Além da exposição de produtos – não só da Paraíba, mas de vários estados – prontos para serem degustados pelos apreciadores da bebida, também acontecerão rodadas de negócios reunindo produtores, distribuidores e revendedores. As inscrições já estão abertas para a Rodada Nacional de Negócios Brasil Cachaças, inclusive. O evento tem o apoio do Governo do Estado, através da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB).


“Este evento representa uma consolidação do mercado de cachaças na Paraíba, e não só com a ampliação das unidades produtoras”, afirma Roberto Germano, presidente da Fapesq-PB. “Atualmente, com a participação desses produtores em concursos nacionais e internacionais, galgando posições de destaque, se ampliaram as unidades produtivas no estado e, com isso, veio a preocupação da realização de grandes eventos”.


Ele lembra que um evento regional já foi realizado em abril: o Areia Mostra Cachaça, na cidade que está sendo considerada a capital paraibana da bebida. Agora será a vez de um evento nacional, mas de repercussão internacional, com compradores do exterior visitando a feira e jornalistas estrangeiros cobrindo o evento. E, assim, torna-se uma janela importante para os produtores locais.


“O Brasil Cachaças vem para mostrar aos paraibanos e aos brasileiros essa qualidade que a cachaça paraibana tem. A valorização, a divulgação e a comercialização da cachaça paraibana é um dos focos desse evento”, conta Fernanda Melo. A arquiteta e urbanista é, também, a promotora da Brasil Cachaças.


O investimento em propaganda e marketing é apontado como um dos elementos que tem ajudado a cachaça paraibana a crescer no mercado e obter destaque também fora das divisas do estado. “O mercado vem evoluindo muito, sobretudo na melhoria da própria apresentação do produto, que vem ganhado muito no quesito embalagens”, aponta Roberto Germano. “Mas, acima de tudo, com o conteúdo, mostrando a tradição e qualidade da cachaça no nosso estado”.


Rodada de negócio junta produtor e distribuidor


A rodada de negócios é um dos pontos importantes do seminário. “Como o próprio nome diz, é uma rodada em que a gente apresenta compradores a vendedores”, explica Fernanda Melo. “Os vencedores são os produtores de cachaça e os compradores são as empresas exportadoras, distribuidoras, redes de supermercados que se interessem pela cachaça. A gente elabora uma agenda de reuniões de 10 minutos onde cada produtor vai apresentar seu produto para a empresa âncora”.


O mercado externo está na mira e essa rodada de negócios terá uma versão nacional e outra internacional, onde os produtores se encontrarão com compradores estrangeiros. Essa preocupação não é de hoje: a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou, no fim do ano passado, um programa para apoiar e qualificar 100 empresas paraibanas para começarem a exportar de forma planejada e segura. Dessas 100 empresas selecionadas, um quarto delas (25) eram do setor da cachaça.


Não é para menos. De acordo com o Anuário da Cachaça de 2021 (dados de registro de 2020) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a região Nordeste é a segunda região com o maior percentual de estabelecimentos de cachaça registrados, com 14,5% o que equivale a 138 produtores. A Paraíba é o principal estado do Nordeste em termos de número de estabelecimentos registrados de cachaça com 40 estabelecimentos.


Fundação financia pesquisas do setor


O potencial das cachaças paraibanas motivou o Governo do Estado, através da Fapesq-PB, a investir no setor. Não apenas no apoio à realização de eventos como o Brasil Cachaças, mas também em pesquisas destinadas a compreender o produto e ajudá-lo a se tornar cada vez melhor.


“A Fapesq-PB tem representado o Governo do Estado, atendendo a metas que foram estabelecidas no plano de governo estadual, apoiando o desenvolvimento tecnológico e de ações que fortaleçam a qualidade da cachaça”, explica Roberto Germano. “Pelo que sabemos, é a única ação no país voltada no campo científico para o fortalecimento do setor”.


Germano lembra que foi lançado um edital contemplando três linhas de ação para o estudo da cachaça paraibana. Uma voltada para a parte das leveduras. “Ela tenta caracterizar as leveduras que são usadas no nosso estado”, diz. O caldo de cana-de-açúcar contém média de 10 mil leveduras por mililitro, que são propagadas e utilizadas no processo de fermentação. Mas variedades de cana-de-açúcar e fatores ambientais podem gerar leveduras com características diferentes. Por isso, o projeto procura identificar, isolar e caracterizar as leveduras provenientes das produções das cachaças paraibanas. Esse conhecimento pode ajudar a melhorar a produtividade e a qualidade do produto, através do aumento do controle do processo de fermentação, além do desenvolvimento de cachaças especiais.


Outra linha é voltada para a questão físico-química das nossas cachaças com um levantamento em todas as unidades produtivas da paraíba. A ideia é ajudar no controle de qualidade da bebida e para obtenção do selo de denominação de origem. A denominação de origem consiste no reconhecimento geográfico, em que as características de um produto são consideradas únicas.


E uma terceira linha é voltada para a questão sensorial da cachaça, definindo as características tanto em relação aos gostos básicos (doce, salgado, ácido, amargo e umami), as sensações ao consumir o produto (amadeirado, alcoólica, aveludado, adstringente, etc.), e em relação ao visual, cor, corpo, cristalinidade, aos aromas.


“Este edital está em curso e já faz um ano que vêm sendo desenvolvidas essas pesquisas”, conta o presidente da Fapesq-PB. “É um trabalho bem importante”, avalia Fernanda Melo. “A Fapesq é um dos parceiros do setor que mais tem pensado no futuro da cachaça”.


Germano também aponta a postura de unidade dos produtores, que buscam juntos desenvolver o setor. “A Paraíba vem demonstrando uma punjança muito grande em feiras nacionais e, acima de tudo, com uma demonstração de união do setor – sobretudo das nossas associações”, afirma. “É louvável o trabalho que vem sendo feito pela associação dos produtores de cachaça de Areia, que participa sempre de uma forma uníssona das feiras nacionais”.


Fonte: Renato Félix e Márcia Dementshuk (Assessoria SEC&T)

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